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ALGUMAS INDAGAÇÕES GENESÍACAS
Seriam as narrativas, fluviais, como as águas amarelentas desse rio?
Desceriam para o mar por um leito invisível, arrastando em seu curso as palavras enlameadas da memória e do sonho?
E, em que cais, em que foz ou embocadura erguerão as palavras, a Cidade, nascida desses detritos caóticos?
Lixões e aterros, o seu epílogo?
Lixões e aterros, o seu epílogo?
Que herói, anônimo e miserável, aguardará o abutre, acorrentado aos arrecifes?
Quem é esse Prometeu dos tristes trópicos, que, espremido entre o mar e o mangue, num segregado palafita, sobrevive às intempéries, à fome e à miséria, essas palavras torpes, cruéis e apocalípticas, companheiras fiéis de sua mítica agonia?
¹ de pro+logus, ou seja, uma introdução ao sentido; ou ainda, a capciosa porta por onde se pretende in(tro)duzir o ledor desse ilógico texto.
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