O CONSTRUTOR





Mas o que vou eu dizer de mim, meu Deus?

Que nasci e vivo em Recife, Pernambuco, Brasil-nordeste.

Não o das secas, que é outro, armorial, grandioso, solene. Mas vivo num litoral cheio de cajueiros, coqueiros, mangueiras e manguezais, entre poetas e manguebeats;

Que desde tenra idade escrevo, por teimosia, e não por inspiração ou dom divino;

Que leio compulsivamente os bons autores e os poetas de língua portuguesa;

Que descobri, graças ao Luís Eustáquio Soares, no blogger, uma forma de publicar-me, sem custos e sem tornar o texto poético um produto de mercado. Se é que há mercado para ele;


Que sem a ajuda prestimosa da amiga Euza Noronha, nem estaria a postar aqui, já que me enrolo com a tecnologia, menino que fui das peladas de rua, dos piões e dos mergulhos nas várzeas dos rios recifenses, num tempo em que mal havia o rádio AM e a TV P&B, mas em que a imaginação soltava as asas e em que os meninos se tornavam poetas desde cedo...

Que tenho o frevo no pé. (Tinha, né). Hoje já não faço a dobradiça. Nem dou saltos soltos no ar, ao som do Vassourinhas. Mas subo e desço as ladeiras d’Olinda atrás do Bicho Maluco Beleza... eu e meu alter-amigo-ego, o compadre Carlinhos do Amparo, parte de mim que ficou em Olinda quando me mudei para o Recife, em maio desse ano que finda.

O mais de mim: meus filhos, a gaveta cheia de contos, um romance inacabado, romance virtual, e-book, diga-se de passagem, mas em todos os sentidos: auditivos, táteis e visuais...com o insólito título provisório de Bóstrix n’água.rsrs


Na blogosfera: Eurico.