quinta-feira, 5 de agosto de 2010

LXIII - ZÉ-NINGUÉM

(...) Atentem para essas expressões:

cidadãos comuns, massa ignara, multidão anônima, populares, massa de manobra, e outras correlatas.

Falácias, bazófias, é o que são.
Arrancam do povo, do comum dos mortais, o direito à sua originalidade, à sua autenticidade enquanto indivíduos, e os jogam na vala comum dos zés-ninguém. Isso já é, em si, uma monstruosa manipulação urdida por certos ideólogos da cultura dominante, dos condutores das mentes videotas, dos sofistas da post-modernidade.

Infelizmente o povo não ouviu Nietzsche, quando anunciava a chegada de um certo monstro das botas envernizadas. Uns interpretam esse monstro nietzcheano como sendo o Estado, esse ente abstrato que se imiscui em nossas vidas, nos invade e nos priva de qualquer possibilidade de liberdade.
Contudo, esse assombroso ser é bem mais sutil e peçonhento. Chama-se Kitsch:
Veículo ideal da ideologia dominante;
Enformador de gostos e tendências caricatas;
Massificador dos subprodutos de culturas alheias;

Considero o Kitsch, instrumento ignóbil do imperialismo ianque, como o mais terrível pulverizador da reserva cultural e da espontaneidade dos homens genuínos que habitam em todas as partes desse lado ocidental de nosso planeta azul.
Acautelai-vos... eis que ele ronda a nossa maneira de ver o mundo, a nossa arte, a nossa vida...(...)

.......................(fragmento de discurso do Mestre Linz no Clube Franz Post)



►alea índex



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